VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
- Luciana Moura
- 30 de ago. de 2017
- 3 min de leitura


Antes de definir seu conceito, vale ressaltar que os estudos atingiram um patamar importante no Brasil por volta dos anos 80.
Existem diversos tipos de língua no mundo, aqui no Brasil falamos o português em qualquer região, mesmo sabendo que haja diferenças lexicais em determinadas regiões, falamos a mesma língua em qualquer lugar do país, “o fato de que detectamos diferenças entre o português que falamos em São Paulo, em termos genéricos, e o português que se fala na cidade do Rio de Janeiro, ou nas cidades de Salvador e Porto Alegre” (Beline p. 121). Essas diferenças não interferem, tão pouco impedem a comunicação entre nós. Assim como toda língua possui variação, ela não pode ser única por meio de seus falantes, pois apresenta variações regionais, sociocultural, histórica, situacional, entre outras. Com isto à língua se mantém uniforme. A variação não é sinônimo de erro, todas as línguas apresentam variações linguísticas
Aproximadamente 250 milhões de pessoas no mundo falam português, sendo a língua oficial em quatro continentes. De acordo com Fernando Tarallo, o conceito das variações linguísticas são as “diferentes formas de dizer a mesma coisa, em um mesmo contexto e com o mesmo valor de verdade.”
Exemplos:
➢ Fomos ao cinema ontem. (Variedade culta)
➢ A gente foi ao cinema ontem. (Variedade coloquial)
➢ A gente foi no cinema ontem. (Variedade popular)
As variações linguísticas mais comuns são a lexical (escolha das palavras) e a fonética (os sons reproduzidos pelos falantes).
Denomina-se Variedades Linguísticas as diversas maneiras de falar que uma comunidade possui. Dentro deste campo existe a Variedade ou Dialeto, que são tipos de linguagens próprias de determinados grupos, também encontramos o Idioleto, que se refere a particularidade no falar de um único indivíduo.
VARIAÇÃO GEOGRÁFICA OU DIATÓPICA
A expressão foi marcada e publicada pelo linguista norueguês Flydal no ano de 1.951. Seu significado remete aos falares regionais ou locais.
Dia = através
Tópico = do grego Topikós (relativo a lugar)
De acordo com Beline, esse tipo de variação é notável em qualquer região. “È contudo inegável que, ainda que haja tais diferenças lexicais nas diversas regiões do país, falamos a mesma língua. Falamos uma mesma língua em São Paulo e na Bahia, com diferenças detectáveis entre o que se considera mais comum num e noutro lugar” (Beline, p.122).
Expressões relativas ao Norte brasileiro:

VARIAÇÃO DIATÓPICA LEXICAL
Para Beline, são as formas de como a língua pode variar, isto é, possuem vários termos linguísticos. “ainda que o falante possa não saber o significado de um vocábulo ou de outro, ao ouvi-lo pela primeira vez, ele não questiona o fato de que ambos são palavras do português, pois reconhece os sons que participam de sua constituição e também reconhece o seu padrão silábico.”(Beline, p. 122)
Exemplo:
Mandioca, macaxeira, aipim…
VARIEDADES SOCIOCULTURAIS OU DIASTRÁTICAS
Dia = através
Estrático = do latim Strátum (camada)
O termo refere-se a dialetos sociais, variando de acordo com o perfil do falante, incluindo sua faixa etária, sexo, profissão, nível de estudos e nível de instrução formal.

VARIAÇÃO DIAFÁSICA OU SITUACIONAL
Expressão marcada em 1.980 pelo linguista romeno Eugênio Coseri. È um tipo de variação relacionado ao grau de formalidade do contexto em função do grau de intimidade entre receptor e locutor.

SOCIOLINGUÍSTICA OU LINGUÍSTICA VARIACIONISTA
De acordo com William Bright, seu principal objetivo é o estudo da língua falada, observada, descrita e analisada, visando seu contexto social nas mais diversas situações de uso.
A sociolinguística é o ramo da linguística que estuda as relações entre as línguas, estuda também o comportamento linguístico dos falantes de uma comunidade, analisando o plano da comunicação através de vários pontos de vista. Sendo assim, a sociolinguística é a responsável por criar fronteiras entre os diversos falares de uma língua.
Referências Bibliográficas
Beline, Ronald. “A Variação Linguística”. In FIORIN, José Luiz (org). Introdução a Linguística I. Objetos teóricos. São Paulo: Contexto, 2002,p.p 121-123.
português.uol.com.br/gramatica/os-diversos-falares-regionais-um-olhar-curioso.html
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